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Décadas.

Eu fiz uma prece pequenininha
Que dizia “fé, força e coragem”
Era só o que pedia.

Então a coloquei em uma garrafa
E ela navegou por longos e longos mares
Enfrentou milhões de ressacas

Eu fiz uma prece e ela cresceu
Apareceu
Sobreviveu

Eu fiz uma prece e
Finalmente a garrafa aportou em terra firme.

Amém.

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Dó de quem não existe

“Dó eu tenho de quem pensa que existir é ter cadastro de pessoa física”.

Gabito Nunes – O tudo que sobrou.

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do coração!

ainda lembro do primeiro dia que – morrendo de medo de derrubá-la – a segurei no meu colo, pequeninha. ainda lembro as festas de aniversários que eu organizava como se fosse a própria promotora de eventos, e as brigas que tinhamos por qualquer bobagem, ou as casas de boneca que fazia para ela brincar e das horas fazendo dever da escola. ainda lembro daquele sentimento de irmã, mesmo que a gente não tivesse o mesmo sangue e do carinho enorme que tenho por ela e por minha mãe emprestada.
Hoje, mesmo que ela esteja maior do que eu, continua sendo minha irmãzinha do coração! parabéns 🙂

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utópica surpresa paulistana.

nunca fui contra o fato de que um dia ela iria embora, iria para longe, para aquela capital esquisita da qual sempre sonhou fazer parte. sempre acreditei que um dia ela iria e nunca esqueço o momento em que estava no trabalho e ela ligou: “eu vou”.

era mais fácil quando eu apenas desejava que ela fosse, porque sabia o quanto aquilo a faria feliz.

então a gente aprendeu uma boa forma de lidar com tudo isso e resistir a saudade, eu vou quando posso, ela aparece quando dá, mas sempre fica faltando um pedaço. principalmente quando eu vou pra saj nas datas comemorativas e Nil sempre espicha o olho quando o carro pára na garagem e volta e meia diz: “eu achei que Nana vinha de surpresa”.

eu sei, a vida tem dessas coisas. mas tem dias que sinômino de saudade é mais chato do que sempre.

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É,

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É, você vivia falando e eu fingia que não dava bola aos seus sutis conselhos. Você vivia a falar e falar comigo enquanto meus ouvidos te ouviam e minha boca cantarolava qualquer melodia fingindo desdém. Você se exasperava, me segurava pelos ombros e me fazia olhar nos seus olhos, derramando em mim todo aquele caloroso e aconchegante amor que você chamava “nosso” e eu, mesmo com o coração aos pulos, fingia achar graça do seu sensível desespero, como se o amor fosse um quase nada em mim. Aquele nosso amor, como você dizia. 
Então eu te via descer as escadas enquanto a batida da porta ainda vibrava por toda a casa enquanto protegia os ouvidos das suas firmes e absolutas palavras difíceis de ouvir. E por isso, bastavam cinco conômetrados segundos para meu corpo se levantar enquanto meu eu insistia a interpretar o papel de desamor daquele ato. Da mesma forma, seus passos se atraiam aos meus e nos encontrávamos na escada, sem fôlego, unidos ao nosso jeito.
É, você vivia falando e eu fingia que ingonarava todos os seus dizeres, mas quando a porta se fecha, surge aquele medo infantil de não te ver voltar. Por isso, sempre volto atrás e corro até você para novamente me refestelar nesse amor nosso, meio bobo, meio imaturo, meio torto e todo. Nosso. É, você vivia falando…
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nove (+) cinco(s)

hoje: cinco x nove = dois.

“você falou pra eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor…”

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diário de bordo.

primeiro foi o café. e então, ela que não suportava o gosto forte e o efeito da cafeina se rendeu aos encantos do grão, preferindo não um expresso, mas um capuccino. certa de que aquela era apenas uma manobra cotidiana para não se render ao cansaço dos dias. 
depois veio a clínica e aquela sensação esquisita ao ver seu nome impresso em um cartão de visitas. agora não havia mais como voltar atrás. ou era ou era. ponto final.
em seguida, apareceu a máquina de lavar e magia de roupas limpas sem esforço e dedos carcomidos. elas deixariam de viajar sujas e voltar limpas, agora tinha endereço próprio: uma brastemp 8 kg de alto padrão. 
e aí floresceu a idéia de fazer sua própria comida e congelar suas vasilhas. tentar fazer um feijão e deixá-lo salgado e queimado foi sua primeira experiência, não tão mágica quanto um rápido macarrão em quinze minutos. 
e de tudo isso, permaneceu aquele receio infantil e um desejo ainda tanto novo, ainda tanto estranho de olhar para o que se tinha e sorrir. mesmo que o feijão queimasse e a roupa não secasse, ela enfim, seria. 
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estações

 
pois é, faz tempo. curioso não lembrar de contar as primaveras. pois é, fazia sol e era dia. ainda era uma criança feliz e um sentimento de grande cobiça. como um algodão doce dissolvendo bem lentamente na boca. como a açucar se transformando de saliva em saliva.
faz tempo, hoje o sol sorriu timidamente e quase não deu as caras por aqui, mas ainda sim fez-se o dia. não, não é um consolo triste viver com a chuva do tempo, mas sim um descanso para a pele.
pois é, faz um grande tempo e de tempos em tempos me lembro de contar os outonos e brindar os verões. é, eu sei, nem comento, as primaveras deram flores e o outono, seus frutos, mas você não percebeu ou fingiu que não acreditou no sabor adocicado daqueles vivos morangos? pois bem, o sol raiou e se foi, a chuva tomou a cidade e lavou os calçadões e você, distraído, fingiu que vivia a viver a vida.
pois é, faz um tempo e as estações se renovam outra vez. após a chuva, o que vem? faz tempo, mas ainda há. procure o senhor do tempo, ele certamente responderia. 

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reflexos de intimidade.

poderia ter sido em qualquer lugar, qualquer dia, qualquer esquina, qualquer acaso, mas não. foi assim, ali, no meio de uma intimidade construída com os fios dos anos, no meio de uma taquicardia de risadas compassadas, entre uma e outra história, um comentário, uma ideia fixa, uma sensação descabida. e então, hábitos de anos se despedaçaram com o simples desatar de nós. segredos não ditos assim revelados com a tranquilidade de quem sabe o alicerce de toda aquela fundação. e então, de suspiro em suspiro um alívio toma o peito enquanto velhos sentimentos se derramam, satisfeitos com a liberdade.

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Uma lindeza pra começar a semana.

Eu sempre tento virar a página sem grifar as partes importantes com alguma caneta de cor alarmante. Mesmo num amor de linhas tortas como o nosso, o fim parece um erro, como um ponto final no meio da frase. 

Caras como eu.