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diário de bordo.

primeiro foi o café. e então, ela que não suportava o gosto forte e o efeito da cafeina se rendeu aos encantos do grão, preferindo não um expresso, mas um capuccino. certa de que aquela era apenas uma manobra cotidiana para não se render ao cansaço dos dias. 
depois veio a clínica e aquela sensação esquisita ao ver seu nome impresso em um cartão de visitas. agora não havia mais como voltar atrás. ou era ou era. ponto final.
em seguida, apareceu a máquina de lavar e magia de roupas limpas sem esforço e dedos carcomidos. elas deixariam de viajar sujas e voltar limpas, agora tinha endereço próprio: uma brastemp 8 kg de alto padrão. 
e aí floresceu a idéia de fazer sua própria comida e congelar suas vasilhas. tentar fazer um feijão e deixá-lo salgado e queimado foi sua primeira experiência, não tão mágica quanto um rápido macarrão em quinze minutos. 
e de tudo isso, permaneceu aquele receio infantil e um desejo ainda tanto novo, ainda tanto estranho de olhar para o que se tinha e sorrir. mesmo que o feijão queimasse e a roupa não secasse, ela enfim, seria. 

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