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meu presente mais lindo.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=WQKcpmnRsP0&fs=1&source=uds&w=320&h=266]
“Little darling / It feels like years since it’s been here / Here comes the sun / Here comes the sun / And I say / It’s all right”
 Presente dela que morro de saudade 🙂
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Aquele abraço.

Pode parecer meio bobo, meio torto, sem porquê, sem pra que. Mas pode ser sim, na verdade, bem real, nosso, mundano. Nada mais do que aquela sensação gostosa de sol queimando a pele em dia fresco, pés tocando a areia da praia e sussuros do mar. Apenas. Simples.
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Sem personagens.


It doesn’t mean that I don’t care
It means I’m partially there

You’re gonna need to be patient with me

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pesquisa de campo.















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Domingo, dez de abril de dois mil e onze.

Ainda estou no meio do mar, ainda navegando rumo ao destino final, ansiando o grito de “Terra à vista!”. Faz muitos dias, desisti de interrogar calendários, apenas rabisco vez ou outra algumas memórias para que o marasmo não me destrua as lembranças. Já me acostumei com o balanço do mar, acho que terei dificuldades em manter o equilíbrio em terra firme. No entanto, a terra firme não me parece tão firme assim. Tsunamis, tempestades, atentados, tentativas de paz seladas com guerra, inocentes mortos, homens invadindo escolas e atirando em crianças buscando não se sabe o que, mais inocentes morrendo, sangue escorrendo por todos os lados. Ainda é difícil perceber que a terra firme anda um tanto trêmula e enquanto o barco continua no seu vai e vem sem fim, me abasteço com o sal da água e atualizo páginas repletas de “www” a fim de entender o que exatamente acontece do outro lado, nos continentes. Aqui no mar tudo continua como antes, acordo cedo, rego minhas plantas, preparo meu café, arrumo meus pratos, trabalho no convés e remo meu tédio enquanto o barco dança ao sabor do vento. Sinto saudades tuas, daqueles momentos em que rodávamos de mãos dadas e olhos fechados sentindo o zumbido da vida nos nossos ouvidos e nossas risadas se entrelaçavam intimamente. É, parece que foi ontem e sei, ando um tanto saudosista, mas é que o vai e vem do mar anda desenterrando lembranças. Outro dia me recordei daquele velho que morava na nossa rua e de um dia para o outro desapareceu. Não sei, ainda sinto saudades dele e de suas meias de bolinhas. Faz tempo. Tanto que não sei. E sinto saudades tuas aqui nesse mar. E lhe escrevo para não me perder no tempo dos dias e sinto isso aqui, olhando em frente. É como se o horizonte representasse a nossa distância e não há previsão de terra firme. O salgado da brisa toca meus lábios e eu recordo do velho, nós girando e um passado antigo. Estou no meio do mar, partindo para o horizonte, distante de você, cada vez mais entregue ao vai e vem, ainda um tanto surpresa com os últimos acontecimentos, acalentada pela brisa fresca, remando meu tédio, trabalhando aqui e ali, construindo lembranças e desenterrando outras tantas. Sigo em frente, um dia finalmente aporto em outro canto. Sinto saudades tuas, você sabe. Mas não lembro mais há quanto tempo. Sei – apenas – que sim, parti.

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Espinhos do Tempo


Olá! Falta pouco para os 25 agora, alguns dias e mais um ano se completa. Assim, deve fazer um pouco mais da metade da vida que eu guardo a sete chaves um desejo tão forte que o tempo não entra em sua fortaleza. Não importa a intempérie, ele apenas se mantém ali, firme e forte, sem arredar o pé. Pois é, você deve me achar a mais tola das pessoas e por vezes, eu também me classifico como uma dessas criaturas. Mas existe um pouco daqueles olhos de esperança que aguardam ainda, ali, sentada, quieta e comportada toda uma série de acontecimentos. Não, nada muito espetacular. Apenas uma mesa posta, o jantar servido, suco fresco, conversas bobas e risadas cadenciadas. Ainda sinto falta de algo que o vazio apaga com os dias e ainda anseio por uma realidade que um dia sequer existiu. Mas, aqui, no meu canto, o coração se permite guardar a sete chaves um desejo que sua ira faz escorrer lentamente e o passar dos anos apenas prova que é melhor deixar de ser uma tola à espera e tentar ser alguém melhor a cada dia. Eu só queria que você soubesse que não é fácil e o sol me dói as vistas da mesma forma como os espinhos machucam meus dedos que procuram apenas a melhor forma de se aproximar. Infelizmente, após metade da minha vida (e um quarto da sua) vivendo esse mesmo enredo com leves toques de novidade, nossos espinhos se tornaram mais duros do que aquela facilidade que você tinha para me fazer sorrir. Pois é, eu sei, não é fácil. E hoje é mais um daqueles dias que, por mais que eu tente, um dos espinhos que você atirou se agarrou à minha pele, trazendo com ele antigas dores. Não sei se você quer mesmo saber, mas ainda guardo o meu segredo a sete chaves e meu lado não-tolo sabe, nunca será verdade. Mesmo assim, aquele lado outro ainda suspira e aguarda. Talvez um dia o segredo se despeça, mas quero apenas que você entenda: Será o melhor para todos nós.

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Fina Estampa.


Não, me desculpe, querido, mas hoje não conseguiria olhar para você com aqueles olhos vazios e inexpressivos e me vestir de branco em sua homenagem. Muito menos conseguiria cavar bem aqui de dentro aquela tola maneira de sorrir, de me portar e manter as mãos sobre o colo enquanto bebo chá quente e como biscoito francês trazido não sei de onde, por não sei quem, artigo de luxo da melhor confeitaria de todas.

Não, me desculpe. Meus olhos vazios se cansaram de bater para você e suspirar com saudade das gotas de chuva a cair, do contato dos meus pés na grama fresca e orvalhada de manhãzinha. Minhas mãos não se contentam com o colo, desejam sentir a vida com aquela força absurda, com aquele sabor adocicado de primavera. Minhas mãos querem as horas e os relógios, mesmo que seja apenas para ouvir seu tic tac.

Enquanto meus olhos querem a chuva e a grama e minhas mãos anseiam pelo tic tac, meus pés se cansam mudos e saem à francesa, desapercebidos, buscando apenas aquela suave rua íngreme em que se escondem todos os prazeres, aqueles aos quais minha alma anseia e a vida posterga. Todo o meu eu não deseja nada mais do que dar adeus aos conteúdos tolos.

Por isso, me desculpe. Existe uma lógica em seguir os dias e a minha não é essa e o meu casaco não precisa necessariamente combinar com o meu tamanco, muito menos com minhas unhas. Acharia você que seria possível um dia pintá-las de vermelho? Pois bem, é isso. Não há. Ledo engano. Lhe rendo a minha paciência.

Apenas arrumo as malas e me despeço. É importante registrar: despeço-me (mais uma vez, eu sei), mas sem sair do meu canto, ainda cuido do meu gato. E então, vez por outra, hora dessas, talvez acerte na loteria e enfim, arrume uma nova questão.

Haverá um pouco de sorte e um tanto de prazer em cada gota de ação na vida e agora, é claro, existe nada mais do que olhos ansiando chuva, mãos cutucando vida e pés a caminhar por uma viela íngreme de outros daqueles sonhos coloridos e – sim, porque não? – bem mais reais do que os devaneios que me assolavam às vistas. Aqueles que me entediavam enquanto bebia chá e comia aqueles intragáveis biscoitos finos, metidos, estáticos, pouco espontâneos e nada delicados, vindos de um canto que não conheço, potencializados por pessoas com as quais não me envolvo, repleto de detalhes dos quais nunca compartilhei.

foto.

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Noites de domingo…


e enquanto o domingo se vai, ela reza.
calma, fé, força e coragem.
é só o que deseja.

foto.

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A senhora do tempo.

E porque achava que felicidade era defeito e não possibilidade, ela vivia a trancá-la em seu peito, como prendia aquele canário azul dentro de uma gaiola apertada no fundo do seu apartamento.

E porque acreditava que a vida não era nada mais do que uma grande bobagem salpicada por momentos de vã esperança, ela vivia a resmungar pelos cantos, agindo como se não houvesse mesmo sentido em abrir a gaiola, já que o seu velho canário, há muito preso por pequenos ferros, nunca bateria as próprias asas.

Ela realmente só pensava em bobagens como ele vivia lhe dizendo. Ela não sabia mesmo ver, preferindo procurar dias de chuva em meio às previsões da metereologia. Ela viva a se cercar de receios para não justificar aquela vontade de gargalhar bem forte e demonstrar ao mundo que sua felicidade não era excesso, apenas uma forma viva de demonstrar o sentido de tudo.

E porque acreditava cegamente na relatividade, não aceitava a permanência dos dias de sol, já que, sem demora, grandes tempestades e tormentas assolariam sua cidade. Ela podia até entender porque ele a deixara, porque se cansara de ouvi-la resmungando aos quatro ventos, incitando a chuva forte que batia no telhado e os trovões que lhe gelavam os ossos. Ela provocava a vida como se a intimasse constantemente para a guerra e se armava mesmo quando nenhuma nuvem escura se mostrava em toda a extensão do horizonte azul.

E por isso mesmo, o viu arrumar suas malas, seus pertences, seus livros e cd´s, o observou enquanto recolhia o shampoo anti-caspa e aquele sabonete que perfumava sua pele, aquele que ela beijava com louvor, sorrindo em meio ao aroma que sua pele exalava ainda úmida.

Ela vivia a resmungar contra a grama verde do vizinho, esquecendo-se de molhar as próprias plantas, de alimentar o seu canário trancado na gaiola de ferro que seguia com a porta aberta e ele não se despedia.

E por acreditar cegamente que a chuva era que o prendia, o canário continuava ali, batendo suas asas na apertada gaiola de ferro sem saber, ingenuamente, que a tempestade que se formou era um mérito dela, que vivia a chamar para si as piores previsões.

Ela o viu ir embora, prolongando a tempestade que a metereologia previu e aconteceu, esnobando o débil pássaro que ali permanecia, vingando a maldita felicidade com sua tristeza, já que ela estava muito bem, obrigada.

E por não acreditar em si mesma, vivia a resmungar pelos quatro cantos com saudade do seu cheiro, da sua presença e daquela forma toda dele de fazê-la sorrir em qualquer momento, com aquela deliciosa massa que ela preparava enquanto ele escolhia um vinho, das noites em que os dois conversavam no escuro, escolhendo o nome dos filhos, entrelaçando os dedos das mãos e tricotando juras de amor que ao nascer do sol se tornavam realidades apaixonadas de dias frutíferos.

E ela, por não acreditar em juras, o viu partir confirmando o que sempre soube: não o merecia, um dia o perderia e nunca mais se livraria daquela chuva maldita que o senhor do tempo avisou na TV.

Ela o viu partir e não se despediu, nem ao menos lhe disse adeus e jogou fora tudo o que lhe lembrava ele, deixando o apartamento vazio e só. Tudo o que restou nos seus metros quadrados foi ela, sua chuva e aquele pássaro burro que não sabia mais bater as próprias asas.

Então, quando mais um dia raio sem sol, ela percebeu que o pássaro se fora. E porque não acreditava mais na própria sorte, partiu caminhando a chamar o canário que finalmente encontrou sua asas.

E então, por acidente, pareceu ouvir os gritos por socorro, abrindo seu peito, segurando seu guarda-chuva até que a felicidade, sem rancor, se aproximou. Juntas dançaram uma música enquanto o objeto jazia moribundo em uma poça e os pingos de chuva molhavam sua face que, ainda assim, sorria.

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“De todos os cantos e lados, em todos os sentidos e direções, cruzam palavras, ideias, sons, promessas, imagens, ruídos, vozes, de modo que não sobre espaço vazio. Espaços vazios são desprovidos de valor, é o que pensamos. E não sabemos parar de pensar. (…) Temos medo de ensurdecer no silêncio, como se dizer e ouvir fossem o que nos mantém vivos. Temos vergonha de não significar.”
Cris Guerra.

“Odeio me dar conta que no final somos felizes apenas em fotografias. Que nossos sorrisos em conjunto cabem muito bem no colorido e luminoso do papel.”
Gabito Nunes.