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Do coração pequenino.

Imagine quatro horas filtrando um sangue para continuar vivendo. Imaginou? Imagine receber a notícia de que o seu rim parou de funcionar e você precisa de dialise. Imaginou? Agora imagine que suas veias não suportem mais a hemodialise e você precise de um transplante renal ou então… Você sabe o que acontece. Por fim, imagine que, após o transplante, o rim que você recebeu não funcione e você volte para a hemodialise. Imaginou? Pois é, para aproximandamente 50 mil brasileiros está é uma realidade e não apenas imaginação. 
Quatro horas em uma máquina, três vezes por semana, dieta restrita, ingestão controlada de liquido, mil riscos e um punhado de limitações. Sem falar nas marcas causadas por cateteres, fistula, tombros, e tudo o que envolve a imagem corporal. Some a isso a restrição de atividades laborais, as mudanças sociais, as doenças associadas e por aí vai. Para aproximadamente 50 mil brasileiros está é uma realidade. 
Uma realidade difícil, é um fato. E todos os dias, trabalhar com esses seres humanos me desperta para milhões de novos questionamentos. 
Porque eu estou falando disso? Porque não é fácil viver essa realidade mesmo quando você está “protegido” por um jaleco. Quando você trabalha há dois anos com os mesmos pacientes, conhece as historias deles e constroem um vinculo, é difícil pensar em perdê-los. E aceito, a morte faz parte da vida. Mas não deixa de ser difícil. Porque, acredite, não é fácil. 
Por outro lado, como disse outro dia, não há salário que pague um sorriso, um abraço, um alento, um alívio, um encontro… Não há dinheiro no mundo que pague todas as boas energias que recebi dos meus pacientes,  muito menos a satisfação de desempenhar bem o meu trabalho, compartilhando todo esse cotidiano difícil. 
Não se espante, quando se entra em uma sala de hemodiálise não se encontra apenas a gravidade e a cronicidade de um adoecer, também se encontra os sorrisos, as brincadeiras, as conversas, as trocas e a alegria por estar vivo. 
Ser renal crônico não é simples, não é fácil e em determinados períodos vivenciar essa realidade dos pacientes se torna ainda mais duro, o coração fica pequenino. Porque alguns logo partem. E aqui na Terra, ficam seus sorrisos e a graciosidade em superar os mais dificeis desafios. 
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Todo são joão tem seu fim…

Como costumo dizer, essa – sem dúvida – é a melhor epoca do ano. E não porque eu sou do interior e tenho casa, comida e roupa lavada em uma das melhores cidades para curtir o são joão, mas porque – sem sombra de duvidas – tenho os melhores momentos juninos que poderia imaginar. Porque tudo começa e termina na minha varanda, todo licor de chocolate é permitido mesmo com tratamento, todos os comentários são válidos e as pessoas desfilam na festa buscando identidade, logo… o que sobra para nós? reconhecê-los enquanto seres humanos!
Nesse momento, as BRs ainda estão lotadas e as pessoas odeiam o fato do são joão ter chegado ao fim, mas tudo que é bom um dia acaba. E se a gente aprende que insistir em algo que já terminou é surreal, entende também que chega uma hora que as fogueiras têm que se apagar, as bandeirolas param de sacudir e as melhores delícias da culinaria junina terminam. O melhor é saber que ano que vem tem mais! E enquanto o feriadão não volta, fico aqui contando minhas gargalhadas, com saudades das minhas melhores companhias, dos comentários, das diversões, das delícias e do bom humos junino.
E no fim a gente entende que não importa a pista ou o camarote do arraía do cerveja, não importa de que ponto vimos Jau, ou cifras, meu bem. No fim, o que vale é o valor das gargalhadas, das brincadeiras com “traque” e dos meus melhores companheiros (alguns que, assim como o são joão, deixam saudade quando eu volto para a capital).
São João 2012 tem mais.
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Contagem regressiva.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=Z28v9GVwEXA&fs=1&source=uds&w=320&h=266]

Como não só de amor vive a humanidade, inicio minhas homenagens a melhor epóca do ano. São João para as minhocas do interior é como o Carnaval para os soterapolitanos. Logo, meu ano só começa em Julho!

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All my loving… para esquentar a sexta feira.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=Jd18XDJVLz4&fs=1&source=uds&w=320&h=266]

Close your eyes and I’ll kiss you
Tomorrow I’ll miss you
Remember I’ll always be true
And then while I’m away
I’ll write home everyday
And I’ll send all my loving to you

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Não sou um livro de auto ajuda barato.

As vezes acho que tenho imagem de “livro barato de auto-ajuda”. Explico: eu insisto em dizer “coloque-se no lugar dos outros”, “pense na sua parcela de responsabilidade”, “faça o bem” e por aí vai. Então? Não parece simples? Não. Não é.
E quando recordo os cinco anos de graduação, quase dois de pós-graduação, dois de formação clinica, livros, seminarios, palestras, cursos, supervisao e tudo o mais que me aconteceu até a presente data, eu não me confundo:. Não sou um livro barato de auto-ajuda. Fato: odeio que me rotulem. Por isso insisto: psicologo não bate papo, não dá conselhos, não tem todas as respostas, não mantem a calma sempre, não está sempre do lado do paciente e decididamente: nós não trabalhamos pouco. Claro que levando em conta o contexto hospitalar (no qual trabalho), não examino, troco curativo, prescrevo, decido conduta, ou qualquer ação de qualquer profissional de saúde, mas me irrito profundamente com quem diz: você trabalha pouco. Fato: nós não trabalhamos pouco. E porque isso me incomoda? Porque é recorrente e chato. Qual minha parcela de culpa nisso enquanto profissional? Tenho o dever de informar melhor às pessoas sobre o meu trabalho e sim, concordo, tudo isso é muito da falta de informação. Mas, particularmente imagine o que é ouvir as maiores dores das pessoas, dar suporte, acolher a dor, acompanhá-las para se despedir de um parente que faleceu, ouvir, ouvir, ouvir, falar, falar, falar. Não, não reclamo, amo o que eu faço. Mas o meu trabalho é subjetivo e não estou aqui para concorrer por quem se desgasta mais.
E as vezes, quando me recordo que não sou um livro de auto ajuda barato questiono: será que é por falta ou por excesso que percebem sua presença? Atualmente, prefiro pecar pelo excesso. Enquanto isso, repito: “coloque-se no lugar dos outros”, “pense na sua parcela de responsabilidade”, “faça o bem”. Muito melhor do que desamor. Não? 
(Há de haver os que insistem nos rotulos. Paciência. Psicologo também não convence ninguém de nada. Sabia?)
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O que ainda não é.

Fato: Hoje é o dia dos namorados. 
Milhões de pessoas estão falando e comentando (lamentando, maldizendo, comemorando, odiando, amando) a data. Eis que sou mais uma na multidão. 

A campanha “do amor” hoje vai especialmente para o que ainda não é.

 Um feliz dia dos namorados aos amores que ainda serão descobertos e aos olhares bobos, mãos entrelaçadas e corações saltitantes que ainda surgirão por aí. E como diz o tão falado Gabito Nunes: “Os amores mais bonitos são aqueles que nunca foram usados.”
foto:  Max Wanger
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Eduardo e Mônica.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=Vjo48-_WY64&fs=1&source=uds&w=320&h=266]

Mais uma “do amor”.

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Das coisas mais lindas.

Sinusite é sinônimo de incômodo permanente e total falta de paciência com tudo porque sua cabeça inteira dói (incluindo cada minimo pedaço dela) e o corpo também entra na dança. Mas depois de 10 horas de trabalho, uma carta e um cd especial da dj neechee fazem seu coração se encher de alegria (e os olhos, daquelas lágrimas cheias de saudade).

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Sobre fatos inexplicáveis.

Absurdo.

“O mundo está ao contrário e ninguém reparou”?!?

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Não ter vergonha de ser quem você é, muda tudo na sua vida.

“Eu acho que a partir do momento que eu escondo, eu tambem ajudo a manter o preconceito porque eu trato como se não fosse normal aquilo que eu estou passando”.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=HHA-WpPSK4s&fs=1&source=uds&w=320&h=266] 

Ultimamente venho pensando muito sobre o amor. E isso me leva a outro assunto, o fato de aceitar as pessoas como elas são. Não consigo compreender o mundo e essa dita “liberdade de expressão” quando as pessoas estão sendo atacadas na rua por ter uma orientação sexual diferente ou por conta do seu sotaque. Não sou do grupo que desacredita na humanidade e todos os dias, no meu trabalho, no meu cotidiano e nos dias tenho provas que sim, ainda podemos acreditar num mundo melhor. Isso inclui o fato de aceitar quem se é e o que os outros são.
Não quero parecer política, mas a psicologia e o construcionismo social têm me permitido pensar em muitas coisas e é muito reconfortante encontrar uma teoria (dita científica) que acredita na idéia de que tudo que os seres humanos tacham como verdades absolutas são meras construções sociais. Não desqualifico o que se fez até hoje, mas gosto de pensar que as idéias que nos são incutidas dia a dia são fruto da sociedade em que vivemos. Exemplo: Em alguns paises, a vaca é sagrada, aqui, sua carne é alimento. É uma diferença cultural, não realidade única.
Por acaso encontrei esse video na internet e ele me fez pensar ainda mais.

Se é fácil rir porque um cara é “bichinha”, ouça o que eles e elas dizem e imagine viver dessa forma. E imagine se você gostaria de se sentir assim, “errado”.

Começou aí a maior luta que eu já travei na minha vida com alguma coisa que era ‘não, eu não sou, eu não quero, se eu não quiser com muita força, não vai rolar”

“Eu tinha medo de ser julgada por deus e pela minha mãe, pelo meu pai…”

“Ser homessexual é uma coisa que você é ensinado desde criança que é a pior coisa que pode te acontecer. Todo dia eu chegava no colégio e eu sabia que eu ia passar por uma tortura psicológica. Todo dia as pessoas me olhavam, falavam e me xingavam”.  
 

Não quero converter, nem poblematizar, mas algo minha mãe me ensinou muito bem: respeito às diferenças é essencial e humano. Nesses tempos de pós-modernidade, é difícil entender que enquanto uns tentam construir seu espaço no mundo, outros tentam taxá-los como “anormais” e insistem em definí-los como esquisitos apenas porque… mas porque mesmo?

Eu queria muito que alguém tivesse chegado naquele momento e dito ‘Tudo bem, André, vai dar certo. Você pode escolher o que você quiser'”. 

Acho incrivel que o mundo ande avançando e mude, ainda há muito trabalho pela frente, mas tais coisas me fazem acreditar que ainda tem jeito.

😉

“Acho que as pessoas podiam se preocupar muito mais em fazer o bem para a humanidade, estar feliz e ajudar o próximo do que tentar fazer um esforço de coesão para que todo mundo siga preceitos religiosos ou sociais ou alguma coisa estabelecida”.