Home, sweet home.
E a gente que pensava que para amar, bastava muito mais que um tropeço de olhares e um roçar de lábios ávidos…
E a gente que sonhava com cavalos brancos, castelos, poesias e insensatos rompantes corrompidos, ausentes de razão…
Distraídos, caimos em outros caminhos enquanto os gatos do destino se entrelaçavam em nossas pernas e as teias de aranha, produzidas pelos vazios ensimesmados, se iam com a brisa leve da paixão. A queda – de um tanto longa – nos levou a um lugar incomum e escondido, repleto de lírios brancos e outros cantos recheados de pequenas margaridas.
De fato, no momento em que encontrei seus olhos, eles pareciam – de forma súbita – tão preenchidos de mim que o ar me escapuliu dos meus distraídos pulmões que ansiaram poder respirar teu hálito quente uma vez para todo o sempre, amém.
E a gente que esperava grandes balões voando no céu e promessas de “felizes para sempre”, caímos em um riso manso, num gostar tranquilo e convulsivo que, trôpego, corria em direção um ao outro, deixando de lado a razão, os cisnes, as fadas e a fantasia.
E a gente que esperava um grande pôr do sol e um casamento glorioso, nos demos as mãos e saímos a caminhar num mundo nosso, com cores que apenas você e eu saberiamos nomear.
E a gente que pensava num mundo novo, olhamos para tudo e sorrimos sozinhos enquanto meus lábios desenhavam minha vida nos teus, enquanto meu coração se acomodava, manso, em ti, certo de que finalmente encontrara o nosso lar, doce lar.



foto: Once Wed.